quarta-feira, 27 de julho de 2011

Brasil Sem Miséria terá acréscimo de R$ 4 milhões mensais no Rio Grande do Sul

Ministra Tereza Campello lançou programa federal no RS, que terá acréscimos do governo do Estado | Ramiro Furquim/Sul21

Rachel Duarte

Além de cadastrar as 306 mil famílias que vivem em situação de extrema pobreza no Rio Grande do Sul junto ao Brasil Sem Miséria, o governo gaúcho acrescentará mais recursos e serviços na versão local do programa. Cada família receberá R$ 50 por mês e terá uma oferta de oficinas e atividades profissionalizantes. O anúncio da iniciativa do governador Tarso Genro foi feito nesta quinta-feira (30) na presença da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
O governo estadual ainda calcula quanto irá dispor para ampliar os recursos do Bolsa Família no Estado. São estimados gastos de R$ 4 milhões por mês para o teto das famílias passar de R$ 232 (valor do Bolsa Família) para R$ 290. Somado aos valores dos serviços que serão agregados nos territórios de ação do programa, o RS Mais Igual significará um investimento de R$ 25 milhões por mês. Os recursos serão liberados a partir de outubro, quando o trabalho de identificação das famílias já estiver concluído. O cartão com a bandeira dos programas federal e regional já estão prontos para o saque dos futuros beneficiários junto à Caixa Economica Federal.
A ida a campo para cadastrar as famílias no Busca Ativa – mecanismo do programa federal que garante a inclusão das pessoas no Bolsa Família – começará por Bagé nesta sexta. Uma equipe da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social dará início ao chamado Mutirão Social. A meta é cadastrar em quatro anos 400 mil famílias no Estado.

Enfrentando o câncer, ministra recebeu o carinho de Villaverde e Tarso | Ramiro Furquim/Sul21

Esta etapa é a mais árdua e o ponto de maior deficiência do Estado. Segundo a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o Rio Grande do Sul tem o menor índice de cadastros das famílias pobres. “Nós temos um cadastramento aqui bem abaixo da média nacional, que é 70% de cadastrados nos Estados. Faltou empenho do governo estadual e das prefeituras para cadastrar as pessoas”, disse.
Na avaliação da ministra, o Brasil Sem Miséria alcançará a meta de cadastramento das famílias em extrema pobreza no Bolsa Família até 2013. Estão previstas em todo o país 1,7 milhões de vagas para capacitar os beneficiários em alguma atividade profissional. “Esta família recebe o benefício e segue trabalhando. Muitas saem do programa e acabam tendo que voltar depois. A ideia não é tirá-las do programa e sim dar suporte para que elas possam trabalhar”, esclareceu.
Solidariedade
A cerimônia de lançamento do RS Mais Igual ocorreu no Palácio Piratini com um clima de acolhimento e humanismo. Uma integrante do Movimento Nacional dos Catadores de Lixo utilizou o microfone para agradecer a iniciativa do governo estadual. Maria Tugira veio de Uruguaiana, onde criou seis filhos com o trabalho no Lixão de Uruguaiana, para representar a categoria a ser beneficiada com a transferência de renda do governo. Ao término de sua fala, foi aplaudida de pé pelo público do evento.

Catadora discursou no Palácio Piratini, arrancando aplausos | Ramiro Furquim/Sul21

A Orquestra Vila-Lobos, composta por estudantes da escola municipal de mesmo nome, na Lomba do Pinheiro, também emocionou os presentes. A orquestra é um projeto social da escola, que dá aulas gratuitas de educação musical para 800 pessoas.
Outro momento de forte emoção durante a solenidade foi a fala da ministra Tereza Campello. Enfrentando um câncer desde o final de 2010, a ministra passa por sessões de quimioterapia. Com os cabelos raspados e muito sensibilizada, ela se sentiu acolhida com a volta ao Estado onde viveu e se constituiu politicamente. “Eu retorno a este Palácio pela primeira vez depois de nove anos e vejo muitos conhecidos. Me sinto feliz por estar aqui neste momento da minha vida”, falou emocionada e citando a família presente no salão.
A ministra também citou o presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde, que além de companheiro de política, também enfrentou a mesma doença. Tereza Campello trabalhou no governo gaúcho na gestão de Olívio Dutra. “Ela não é só uma militante, é uma humanista radical. Daquelas que vão às questões pela raiz, o que não tem nada ver com irracionalidade ou violência”, disse o governador Tarso Genro sobre a ministra.

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